INTRODUÇÃO
Antígua e Barbuda está situada no norte da cadeia das Ilhas de Sotavento, no Caribe Oriental. O país é composto por três ilhas: Antígua, Barbuda e Redonda, uma ilha rochosa desabitada. Antígua, a maior das duas ilhas principais, se estende por 280 km2, enquanto Barbuda tem uma área de 160 km2. O terreno é principalmente de baixa altitude. O país está dividido em seis distritos e tem uma boa malha viária.
Antígua e Barbuda é situada na zona do furacão. O país também está sujeito a terremotos e secas.
Antígua e Barbuda ganhou sua independência da Grã-Bretanha em 1º de novembro de 1981. A forma de governo do país é a democracia parlamentar, a Rainha da Inglaterra é o chefe titular do país. Há uma legislatura bicameral. Segundo a Constituição, as eleições são realizadas a cada cinco anos. O Conselho de Barbuda foi estabelecido pela Lei do Governo Local de Barbuda em 1976. O Conselho administra e regula a agricultura, silvicultura, serviços públicos e estradas e também levanta e recolhe receitas/impostos. Com relação à saúde, o Conselho é responsável pela administração das instalações nacionais de saúde pública, médicas e sanitárias, bem como dos serviços de saúde.
Antígua e Barbuda é membro da Organização dos Estados do Leste Caribenho (OECS) e coopera com outros países da OECS em áreas como política econômica, defesa, compras de medicamentos e diplomacia internacional. Antígua e Barbuda usa a moeda oriental do Caribe, com a taxa de câmbio de US$ 1,00 = EC$ 2,70.
O país tem poucos recursos naturais, sua economia é baseada no turismo, na construção, na indústria e nos serviços financeiros. Durante o período 2006-2008, a economia cresceu, mas o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu em 2009 e 2010 devido ao declínio no turismo e na construção, a fraca recuperação da economia global e o encerramento das atividades do Grupo de Empresas Sanford, um grupo de empresas privado que tinha investimentos consideráveis no país. O emprego no setor público e privado aumentou em 2006, mas salários, vencimentos e novos empregos no setor público congelaram em 2010 (1). O PIB a preços de mercado elevou-se em US$ 1.131,76 milhões (EC$ 3.055,76 milhões) em 2009. Nesse mesmo ano, o Governo formulou o Plano Nacional de Transformação Econômica e Social (NEST), que identificou políticas e programas para abordar a sustentabilidade fiscal e da dívida, incentivar a atividade econômica e garantir o bem-estar social dos povos de Antígua e Barbuda, concentrando-se em áreas como comunicações e serviços financeiros.
Segundo o censo de 2001, a população total era de 76.866 habitantes. A população prevista para 2010 era de 90.801, com 42.642 homens e 48.159 mulheres (Ver a Figura 1 para a população de Antígua e Barbuda em 1990 e 2010). A taxa geral de fertilidade tem oscilado de ano para ano; em 2010, situou-se em 51,75 por 1.000 mulheres em idade fértil (ver Tabela 1). A expectativa de vida ao nascer em 2010 era de 77,4 anos para mulheres e 73,3 anos para homens. Durante o período 2006-2010, a taxa bruta de natalidade variou de 14,22 por 1.000 habitantes em 2006 a 13,82 por 1.000 habitantes em 2010. A taxa bruta de mortalidade foi de 5,82 por 1.000 habitantes em 2006 e 4,86 por 1.000 habitantes em 2010. O crescimento anual da população foi estimado em 1,3% em 2010. (Ver Tabela 1 para alguns indicadores demográficos do país durante o período do relatório).
Com base em estimativas populacionais realizadas na metade de 2010, aproximadamente 98% da população do país vivia em Antígua, e 32% viviam em áreas rurais. O país vivenciou ambas a imigração e a emigração. Vale ressaltar que, em 2010, cerca de 20.900 pessoas (23,6% da população) emigraram para Antígua e Barbuda, principalmente a partir de Dominica, Guiana, Jamaica e Estados Unidos (2). A riqueza econômica e a proximidade com os países desenvolvidos são alguns dos atrativos do país para os trabalhadores pouco qualificados.
O acesso de Antígua e Barbuda à tecnologia de informação e comunicação têm aumentado no período do relatório. Entre 2006 e 2010, as linhas de telefonia fixa aumentaram de 44,14 para 47,05 por 100 habitantes; o número de usuários da internet subiu de 62,64 para 80,00 por 100 habitantes e as assinaturas de telefonia celular subiram de 129,69 para 184,72 por 100 habitantes (3).
Entre 2006 e 2010, Antígua e Barbuda avançou muito na saúde. Houve uma redução geral na mortalidade infantil e materna, e a expectativa de vida aumentou. Além disso, a carga das doenças transmissíveis diminuiu, graças a vários fatores. Por um lado, o trabalho do Programa Ampliado de Imunização do país levou a altos níveis de cobertura e uma consequente redução da incidência de doenças imunopreveníveis. Por outro lado, as melhorias no saneamento e na manipulação de alimentos também contribuíram para a queda de algumas das doenças transmissíveis. Além disso, o trabalho do Conselho Central de Saúde, uma divisão do Ministério da Saúde responsável pela saúde ambiental, tem mantido dengue e leptospirose em níveis endêmicos. A disponibilidade de antirretrovirais tem sido um fator importante na redução do número de mortes por HIV/Aids e na oferta da melhor qualidade de vida para pessoas vivendo com HIV.
Os serviços de saúde materno-infantil contam com pessoal qualificado e todos os pacientes recebem atendimento pré-natal realizado por profissionais de saúde capacitados. O sistema global de saúde também melhorou. O novo centro hospitalar Mount St. John’s, que dispõe de 185 leitos, oferece uma ampla gama de serviços, desde atenção primária até cuidados intensivos avançados. O país abraçou a atenção primária em saúde, colocando em prática estratégias como colaboração intersetorial e promoção da saúde. O Ministério da Educação colaborou com o Ministério da Saúde para facilitar os programas de imunização nas escolas, e os meios de comunicação desempenharam um papel importante na divulgação de informações de saúde para o público, com temas como o calendário de imunização e o planejamento familiar. A educação pública tem desempenhado um papel importante na saúde. Atividades em outros setores e agências beneficiaram a saúde. O Lions Club proporcionou serviços oftalmológicos e triagem para câncer de próstata, e a comunidade religiosa divulgou rotineiramente informações sobre saúde e facilitou programas de triagem para doenças não transmissíveis. O Regime de Benefícios Médicos (MBS) ofereceu ajuda financeira e medicamentos para os residentes qualificados das duas ilhas do país.
DETERMINANTES E DESIGUALDADES EM SAÚDE
Em Pesquisa sobre Condições de Vida, realizada em 2007, a linha de indigência ou extrema pobreza foi estimada em US$ 917 (EC$ 2.449) anuais, ou US$ 2,51 dólares (EC$ 6,71) por dia. A linha de pobreza de Antígua e Barbuda foi estimada em US$ 2.366 (EC$ 6.318) anuais. Os indigentes representaram 3,7% da população, os pobres, mas não indigentes, 14,6% e as pessoas consideradas vulneráveis, 10,0%. A população não vulnerável foi de 71,7% (4).
Dois distritos apresentaram percentuais acima da média quanto aos níveis de pobreza. Na cidade de St. John, a mais fortemente urbanizada no país, o nível foi de 22,3%, e em St. Philip, o distrito mais distante, no extremo leste do país, foi de 25,9%. Barbuda teve o menor nível de pobreza com 10,53% (4). A pesquisa também mostra que os jovens representam uma parcela desproporcionalmente alta de indigentes. Embora as pessoas entre 0-14 anos de idade representem 26,6% da população total do país, eles são 32,5% do total da população indigente e 36,2% dos pobres não indigentes.
O desemprego em todos os quintis de consumo foi de 2,2% entre os homens chefes de família e 3,3% entre mulheres chefes de família.
Antígua e Barbuda alcançou o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) nº 2 (educação primária universal). A frequência escolar é obrigatória entre 5 e 16 anos. Em 2007, a taxa de alfabetização total de adultos foi de 99,0% (99,1% dos homens e 98,1% das mulheres). No ano letivo de 2009-2010, a taxa de escolarização líquida nas escolas primárias do país era de 80,1% no geral, com meninos em 82,5% e meninas em 76,6% (5). Os estrangeiros representaram 18,3% de todos os alunos do sistema educacional.
A avaliação dos ODMs realizada por uma força-tarefa nacional informou que houve um maior número de matrículas de meninos do que meninas na educação primária, mas que houve número maior de matrículas de meninas no ensino secundário e superior.
O Ministério de Educação, Juventude, Esporte e Assuntos de Gênero é a entidade nacional responsável pela promoção da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. Antígua e Barbuda está empenhada em acabar com a violência de gênero através de várias iniciativas, como a criação do “Disque emergência” para situações de crise que funciona 24 horas, de alojamento de emergência para vítimas de violência doméstica e a realização de campanhas educativas contínuas de sensibilização. Da mesma forma, em março de 2007, o país assinou a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiências e, desde então, tomou medidas para ratificar a Convenção.
MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA HUMANA
Antígua e Barbuda é signatário de vários protocolos internacionais sobre o meio ambiente e desenvolveu políticas, planos e programas para abordar as questões ambientais no país. A Estratégia Nacional de Gestão Ambiental e o Plano de Ação 2004-2009 foram desenvolvidos em 2004.
Acesso à Água Potável e Saneamento
O país tem níveis de precipitação anuais muito baixos (1.016-1.066 mm), com secas que ocorrem a cada três a sete anos. Não possui rios e os córregos são muito poucos. Duas usinas de dessalinização fornecem cerca de 70% da água; outras fontes incluem águas superficiais e poços. Barbuda depende sobremaneira de poços subterrâneos para seu abastecimento de água. Em 2007, 89,3% da população tinha acesso à água potável e 72,9% a instalações sanitárias melhoradas. Os 22,7% da população vivendo em moradias insalubres usavam latrinas ou instalações sanitárias ainda mais rudimentares (4).
Resíduos Sólidos
Existem dois aterros sanitários em Antígua (Cooks e Burma) e um em Barbuda (Plantation). A maior parte dos resíduos coletados em Antígua é transportada para descarte no aterro Cooks. O aterro de Burma tem sido utilizado para eliminação de resíduos especiais, tais como produtos farmacêuticos vencidos, produtos químicos perigosos e baterias ácidas de chumbo. Dados da Autoridade Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos indicaram que houve um aumento no lixo doméstico produzido durante 2006-2010, de 20.518,94 toneladas em 2006 para 22.682,52 toneladas em 2009. Os resíduos comerciais totalizaram 11.707,70 toneladas em 2006, encolhendo para 8.268,24 toneladas em 2009.
Desmatamento e Degradação do Solo
De acordo com a Estratégia Nacional de Gestão Ambiental e o Plano de Ação 2004-2009, as precárias práticas agrícolas e criação pecuária itinerante foram as principais causas da degradação das terras. Os furacões causaram a erosão costeira. O Banco Mundial informou que, em 2010, 22,7% da superfície do país era coberta por floresta (6).
Poluição do Ar
Várias fontes, incluindo o Banco Mundial, revelaram que as emissões de dióxido de carbono foram de 425.000 toneladas em 2006, 436.000 toneladas em 2007 e 447.000 toneladas em 2008 (7).
Poluentes Orgânicos Persistentes
O Plano Nacional de Implementação da Gestão de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) do país para 2008-2015 inclui as seguintes prioridades: a conscientização sobre o uso dos POPs e pesticidas e a necessidade de sua gestão e eliminação segura; manutenção e atualização de inventários nacionais de POPs e pesticidas; e instauração de procedimentos administrativos de regulação e controle da importação de Bifenilos Policlorados (PCBs). Os óleos para transformadores contendo PCBs foram identificados em dois grandes transformadores. Um estava intacto e ainda está em uso, enquanto o outro está fora de serviço e todo o óleo foi retirado. O conteúdo de transformadores menores e mais antigos e daqueles de uso privado, que não foram monitorados, é motivo de preocupação (8).
Segurança no Trânsito
Dados do Departamento Real de Polícia de Antígua revelaram que acidentes automobilísticos aumentaram no período 2006-2010. Houve 836 acidentes em 2006, 1.132 em 2007, 1.016 em 2008, 1.618 em 2009 e 1.806 em 2010, com média de oito fatalidades anuais durante o período do relatório. Entre 2008 e 2010, os homens foram responsáveis por 297 acidentes de trânsito com ferimentos, e as mulheres por 182. Nesses acidentes, 19 homens e duas mulheres morreram; das mortes do sexo masculino, nove eram motoristas, cinco pedestres, três ciclistas e dois passageiros; dos óbitos femininos, uma era pedestre e a outra, passageira.
Violências
Dados do Departamento Real de Polícia de Antígua revelaram que, no período 2006-2010, houve 70 casos de homicídio e 10 casos de tentativa de homicídio. Nesses mesmos anos, registraram-se 133 estupros, mas esses tiveram queda considerável, passando de 46 em 2008 para apenas oito em 2010.
Desastres Naturais
Durante o período em análise, o furacão Earl em 2010 e o furacão Omar em 2008 afetaram o país. O furacão Omar danificou e destruiu casas e causou enchentes. O custo estimado da reconstrução e outras atividades relacionadas ao furacão Earl foi de US$ 12.767.922, enquanto os relacionados ao furacão Omar elevou-se US$ 210.000.
Mudanças Climáticas
Antígua e Barbuda é um pequeno Estado insular em desenvolvimento (SIDS) e é suscetível à elevação do nível do mar; ao aumento das temperaturas do ar e da superfície do mar; à maior frequência e gravidade dos furacões e às alterações nos padrões de chuva. Essas vulnerabilidades afetarão seriamente os setores produtivos do turismo e de alimentos. Os esforços de adaptação ao ambiente novo ou em mudança estavam em andamento, incluindo a melhoria das capacidades de resposta a desastres, estabelecendo uma base institucional para lidar com as mudanças climáticas, e implementar um plano de gestão integrada da água.
Segurança Alimentar e Nutricional
Os dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação mostraram um aumento do consumo de proteínas (de 70 g/pessoa/dia para 82 g/pessoa/dia) e gordura (de 74 g/ pessoa/dia para 83 g/pessoa/dia) nos períodos de 2000-2002 e 2005-2007, respectivamente (9). O valor total do orçamento nacional de 2010 dedicado à agricultura foi de US$ 11.603.833 (EC$ 31.330.535), representando 32% do orçamento nacional para o mesmo ano.
Segurança Alimentar
Não houve relatos de casos de gripe aviária no período em análise (2006-2010). Houve 37 casos confirmados de salmonela no período, 21 dos quais ocorreram em 2010. Antígua e Barbuda possui um programa sólido de segurança alimentar destinado a prevenir doenças de origem alimentar. O elemento central do programa é a formação de manipuladores de alimentos de acordo com os princípios estabelecidos de manipulação segura de alimentos: 2.511 manipuladores de alimentos foram capacitados em 2007, 1.109 em 2008, 2.784 em 2009 e 1.634 em 2010.
CONDIÇÕES DE SAÚDE E TENDÊNCIAS
Problemas de Saúde de Grupos Específicos da População
Saúde materna e reprodutiva
Durante o período em análise, Antígua e Barbuda avançou consideravelmente no Objetivo de Desenvolvimento do Milênio nº 5, que visa melhorar a saúde materna. Todas as gestantes receberam cuidado pré-natal de profissionais de saúde e cerca de 90% dos partos foram realizados no hospital por equipes capacitadas. Houve quatro mortes maternas entre 2006 e 2010. A única morte materna em 2010 deveu-se à hemorragia pós-parto decorrente de coagulação intravascular disseminada. O uso de métodos contraceptivos por mulheres para todas as modalidades foi de 44,6% em 2007.
Como parte do programa do país para evitar transmissão vertical de HIV, 2.287 gestantes foram submetidas a testes entre 2007 e 2009, 6 (0,26%) testaram positivo. Em 2010, 605 gestantes foram submetidas ao teste, duas das quais testaram positivo e foram incluídas no programa de combate à transmissão vertical de HIV. Oito semanas após o nascimento, as crianças de ambas as mulheres foram submetidas a testes, usando o teste HIV DNA PCR para garantir o diagnóstico precoce do HIV em crianças nascidas de mães soropositivas. O teste foi realizado gratuitamente e as duas crianças testaram negativo.
Casos de anemia em gestantes atingiram um pico em 2008, com 183 casos, mas, posteriormente, encolheram para 98 em 2009 e 73 em 2010.
Crianças (Menores de cinco anos de idade)
A população de menores de um ano de idade era de 6.571 em 2006-2010. Houve 73 óbitos infantis nesse período, e a taxa de mortalidade infantil variou entre um mínimo de 9,18 por 1.000 nascidos vivos em 2006 e um máximo de 17,38 por 1.000 em 2008. A maioria dos óbitos infantis deveu-se à prematuridade. O Programa Ampliado de Imunização do país foi muito bem-sucedido, uma vez que, em 2010 a cobertura com vacinas no calendário de vacinação para crianças foi de 100%.
A proporção de menores de cinco anos foi estimada em 10,4% em 2010. Houve 32 mortes na população 1-4 anos de idade durante o período coberto pelo relatório. A cobertura contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR) foi de 100% em 2010 para crianças de um ano de idade. As infecções respiratórias agudas e as gastroenterites foram as principais causas de morbidade em crianças menores de cinco anos de idade. No período de 2006-2010, esse grupo etário contabilizou 11.422 casos de infecções respiratórias agudas e 2.770 casos de gastroenterites.
Crianças (5-9 anos de idade)
Crianças com idade entre 5-9 anos de idade representaram 10,3% da população em 2010. No período de 2006 a 2010, as infecções respiratórias agudas e gastroenterites foram as principais causas de morbidade em crianças acima dos cinco anos, com 5.202 casos de infecções respiratórias agudas e 1.939 casos de gastroenterites.
Adolescentes (10-14 e 15-19 anos de idade)
Os jovens de 10-14 anos e 15-19 anos responderam por 9,8% e 8,9% da população total, respectivamente, em 2010. A gravidez na adolescência diminuiu de 215 casos (14,9% das gestações) em 2008 para 146 (11,7%) em 2010.
A Pesquisa Global de Saúde do Escolar (GSHS) foi realizada em Antígua e Barbuda, em 2009, com alunos de 13-15 anos de idade. A Pesquisa constatou que 45,1% dos entrevistados haviam bebido pelo menos uma bebida alcoólica nos 30 dias anteriores à pesquisa, e que a maioria (86,5%) fez uso pela primeira vez de bebida alcoólica antes dos 14 anos.
Foi preocupante a constatação de que 17,4% já haviam considerado a possibilidade do suicídio (12,6% alunos e 22,5% alunas) e 12,3% (9,3% alunos e 15,7% alunas) haviam tentado suicídio pelo menos uma vez durante os 12 meses anteriores à pesquisa. Dos 37,1% que já haviam tido relações sexuais, 68,4% haviam usado preservativo na última vez que tiveram relações sexuais. Dos que usaram tabaco, quase 90,0% tinham experimentado antes dos 14 anos (10).
Adultos (20-64 anos)
Em 2010, as pessoas com idade entre 20-44 anos representaram 39,4% da população e os de 45-64 anos, 13,1%. No período de 2006 a 2010, houve 250 mortes no grupo etário 25-44 anos e 493 mortes entre o de 45-64 anos. Em 2010, esses grupos etários representaram aproximadamente 75% da força de trabalho. As principais causas de morte para esse grupo no período 2005-2009 foram as doenças não transmissíveis. Em ordem de classificação, essas causas foram doenças cardíacas, câncer, diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Houve em média 960 internações hospitalares anuais no período 2006-2010 e, em sua maioria, decorrentes de complicações de doenças crônicas. Havia 55 pacientes em diálise nessa faixa etária durante o período deste relatório, 24 dos quais resultaram de complicações do diabetes. Em média, foram realizadas anualmente 44 amputações de 2006 a 2010, também em decorrência de complicações do diabetes. A prevalência do uso de contraceptivos reduziu-se de 55,6% em 2006 para 33,7% em 2010. Necessidades não satisfeitas para contracepção não podem ser estimadas, uma vez que a saúde reprodutiva é principalmente administrada pelo sistema privado de saúde.
Idosos (65 anos e mais)
Em 2010, pessoas com 65 anos ou mais representavam 8,2% da população; pessoas com idade entre 80-89 anos e os 90 anos de idade e ou mais representavam 1,5% e 0,3% da população, respectivamente. O número de mortes na população de 65 anos ou mais foi de 1.570 em 2006-2010. As condições indefinidas, tais como velhice, senilidade e insuficiência respiratória foram entre as principais causas de morte relatadas na população mais idosa (85-101 anos).
Mortalidade
Durante o período, houve 2.537 mortes em Antígua e Barbuda. A taxa bruta de mortalidade foi de 4,86 por 1.000 habitantes em 2010. Em 2006, 479 mortes foram registradas, em comparação com 507 em 2010. A taxa de mortalidade infantil do país aumentou de 9,18 por 1.000 nascidos vivos (11 óbitos) em 2006 para 10,46 (13 mortes) em 2010. Em 2006-2010, as doenças crônicas foram as principais causas de mortalidade (ver Tabela 2). Os dados de 2006-2009 mostram que as três principais causas de morte foram doenças cardíacas, neoplasias malignas e diabetes mellitus.
Morbidade
Doenças transmissíveis
Doenças transmitidas por vetores
A dengue é endêmica no país, com surtos periódicos. A quantidade de casos oscilou muito, com nenhum caso para 2006, apenas um caso para 2007, 52 casos para 2008, dois casos em 2009 e sete casos em 2010. Houve três casos confirmados de malária importada durante o período 2006-2010. Não houve casos de febre amarela durante o período do relatório.
Doenças imunopreveníveis
Não houve casos de doenças que fazem parte do Programa Ampliado de Imunização do país. A cobertura completa (100%) foi alcançada com todos os antígenos.
Zoonoses
Entre 2006 e 2010, houve apenas dois casos confirmados de leptospirose, ambos em homens.
HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis
Entre 2006 e 2009, houve 262 casos notificados de HIV: 134 homens, 126 mulheres e duas pessoas com sexo não declarado. Em 2008-2009, houve 133 casos confirmados de HIV, com 125 pessoas na faixa etária 15-49 anos e oito pessoas com idade superior a 49 anos. Entre 2006-2009, o pico de mortes causadas por HIV/Aids aconteceu em 2006, com 18 mortes. Para os anos seguintes (2007-2010), as mortes relacionadas a HIV/Aids foram 10, 15, 12 e 8, respectivamente. As relações sexuais entre parceiros heterossexuais foram a principal forma de transmissão.
Tuberculose
Houve 18 casos de tuberculose no período de referência. Dos sete casos ocorridos em 2010, cinco homens e uma mulher foram coinfectados pelo HIV.
Doenças emergentes
Houve quatro casos confirmados de influenza A (H1N1) em 2009, porém sem mortes.
Doenças crônicas não transmissíveis
Doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial e diabetes, são as principais causas de morbidade. As pessoas dos quintis mais altos de consumo eram mais propensas a serem afetadas por hipertensão arterial, diabetes e doenças cardíacas do que aquelas do menor quintil.
Doenças cardiovasculares
Entre 2006 e 2009, as doenças cardíacas foram a principal causa de morte entre homens e mulheres, sendo responsáveis por 387 mortes, ou 19,1% de todas as mortes. A Pesquisa de Condições de Vida (767 pessoas) mostrou que a prevalência de doenças cardíacas nessa amostra foi de 7,0% (4). Em 2006-2009, os acidentes cerebrovasculares foram responsáveis por 140 mortes, ou 6,9% do total.
Neoplasias malignas
Entre 2006 e 2009, houve 331 óbitos por câncer, ou 16,3% de todas as mortes nesse período. As neoplasias malignas foram a segunda principal causa de morte. O câncer de próstata foi a principal causa de mortalidade por câncer durante esses mesmos anos, respondendo por 26,6% (88 mortes) das mortes por câncer. As neoplasias de mama representaram 12,1%, (40 mortes); do sistema reprodutor feminino 11,2%, (37 mortes) e do cólon 9,7% (32 mortes) de mortes por câncer.
Diabetes
Os dados da Pesquisa de Condições de Vida revelaram que a prevalência de diabetes foi de 37% entre as pessoas da amostra para esse estudo (4). Durante o período de 2006-2009, o diabetes mellitus foi responsável por 195 mortes, ou 9,6% de todas as mortes.
Doenças crônicas respiratórias
Mortes por doenças respiratórias somaram 136, ou 6,7% de todas as mortes em 2006-2009.
Hipertensão Arterial
Os dados da Pesquisa de Condições de Vida mostraram que a prevalência de hipertensão arterial foi de 69,4% na amostra da pesquisa (4). Entre 2006 e 2009, houve 147 mortes por doença hipertensiva, representando 7,2% de todas as mortes.
Doenças nutricionais
As questões nutricionais são de grande preocupação em Antígua e Barbuda, especialmente com relação ao sobrepeso e obesidade em adultos (ver Quadro 1 e Tabela 3). Em 2010, 16,1% das crianças na faixa de 0-5 anos de idade foram consideradas com sobrepeso, e 4,9% foram consideradas obesas. Os meninos nessa faixa etária estavam em maior risco de sobrepeso e eram mais obesos do que as meninas.
Acidentes e violências
Em 2006-2009, lesões acidentais e intencionais foram responsáveis por 145 óbitos, representando quase 7,5% do total de óbitos (1.929) no país.
A Pesquisa Global de Saúde do Escolar constatou que 47,5% dos alunos entre 13-15 anos (55,1% dos meninos e 38,4% de meninas) tinham se envolvido em uma briga física pelo menos uma vez durante o ano anterior à pesquisa. Além disso, 24,9% dos alunos entrevistados relataram que haviam sido intimidados em um ou mais dias no mês anterior ao inquérito (10).
Transtornos Mentais
Em 2007, o Instrumento de Avaliação dos Sistemas de Saúde Mental da OMS foi posto em prática em Antígua e Barbuda (11). A avaliação constatou que a legislação do país em matéria de saúde mental era obsoleta e não havia nenhuma política ou plano de saúde mental. Os 110 leitos do hospital psiquiátrico de Clarevue prestou atendimento hospitalar e assistência a quadros psiquiátricos agudos através de oito centros de cuidados primários em saúde. Serviços para crianças foram fornecidos pela Clínica de Orientação da Criança e da Família, uma organização não governamental.
A avaliação indicou que, das 86 altas do Hospital Psiquiátrico Clarevue, 50,0% foram devidas à esquizofrenia, 24,4% a distúrbios (afetivos) do humor, 18,6% a distúrbios comportamentais, 4,3% a transtornos neuróticos e 2,3% a outras doenças mentais.
Fatores de risco e proteção
Dados do Ministério da Saúde mostram que a obesidade diminuiu no país, passando de 38,40% em 2006 para 27,92% em 2010; o nível de excesso de peso, por outro lado, cresceu de 29,10% em 2006 para 34,00% em 2010.
O Programa de Nutrição e Atividade Física foi lançado em 2008 pelo Regime de Benefícios Médicos para melhorar a saúde dos estudantes em Antígua e Barbuda através de aumento da atividade física e da melhoria dos hábitos alimentares.
A partir de 31 de maio de 2010, todos os escritórios, veículos e instalações governamentais foram designados como áreas livres de tabaco.
POLÍTICAS DE SAÚDE, O SISTEMA DE SAÚDE E PROTEÇÃO SOCIAL
Políticas de Saúde
Não houve reformas formais do setor de saúde durante o período do relatório, mas as mudanças no setor foram influenciadas por mudanças no setor público mais amplo. Por exemplo, em 2007, o Governo desenvolveu um Plano de Negócios da Saúde para o período 2008-2010. O Ministério da Fazenda exigiu que o Plano fosse colocado em prática como mecanismo de planejamento do setor público (12). As prioridades do Plano eram a gestão e a organização dos seguintes setores: saúde, saúde ambiental, controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis, saúde da família, serviços farmacêuticos, financiamento da saúde/gestão hospitalar, nutrição, sistema de informação em saúde e infraestrutura de saúde.
Papel da Administração do Sistema de Saúde
Cabe ao Ministério da Saúde, Transformação Social e Defesa do Consumidor o papel de direção e prestação de serviços de saúde.
O Ministério da Saúde é também responsável pelo monitoramento da qualidade da água potável e para fins recreativos. A cada semana, 10 amostras de água potável são tomadas de várias fontes e enviadas para análise. Além disso, 10 amostras de água de banho de praia são enviadas semanalmente para análise.
Desempenho do Sistema de Saúde
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou uma avaliação das Funções Essenciais de Saúde Pública (FESP) de Antígua e Barbuda em 2010 (13). De acordo com essa revisão, a FESP 7 (avaliação e promoção do acesso equitativo aos serviços de saúde necessários) alcançou alto índice de satisfação, recebendo pontuação similar à recebida em avaliação realizada em 2001. A FESP 1 (monitoramento, avaliação e análise do estado de saúde) e a FESP 5 (desenvolvimento de políticas e capacidade institucional de planejamento e gestão da saúde pública) também foram muito bem avaliadas na última análise. A FESP 10 (pesquisa em saúde pública) e FESP 9 (garantia de qualidade nos serviços de saúde pessoais e de base populacional) receberam baixas pontuações. A Pesquisa de Condições de Vida (4) indicou que, das 6.262 pessoas pesquisadas, 86% estavam satisfeitas ou muito satisfeitas com os serviços de saúde disponíveis, e apenas 2,7% estavam muito insatisfeitas.
No período em análise, o Regime de Benefícios Médicos ofereceu assistência financeira, serviços de diagnóstico e medicamentos para seus segurados/ contribuintes, bem como a pessoas menores de 16 anos e com 60 anos e mais. Além disso, disponibilizou medicamentos para nove doenças: asma, doenças cardiovasculares, transtornos mentais certificados, diabetes, glaucoma, doenças cardíacas, hipertensão arterial, hanseníase e anemia falciforme.
Legislação em Saúde
Em 2006-2010, a legislação relacionada à saúde incluiu a Lei de Pesticidas e Substâncias Químicas Tóxicas de 2008, que estabeleceu seu Conselho de Controle, responsável por regulamentar importação, armazenamento, fabricação, venda, transporte, utilização e eliminação de pesticidas e produtos químicos tóxicos; a Lei do Uso Indevido de Drogas de 2008 (emenda); a Autoridade Caribenha de Acreditação (para medicina e outras profissões) de 2009; a Lei dos Profissionais de Medicina de 2009; a Lei do Centro Médico Mount Saint John’s e a Legislação dos Benefícios Médicos de 2010. A Legislação da Farmácia de 1995 foi modificada por emenda em 2011. O governo também aprovou a Lei de Prevenção do Tráfico de Pessoas em 2010.
Gastos e Financiamento em Saúde
As receitas do Sistema de Saúde pública provêm, principalmente, do Ministério das Finanças e do Regime de Benefícios Médicos e, menos, dos seguros de saúde privado e das taxas pagas pelos usuários. Em 2008, as despesas governamentais com saúde foram de US$ 33.842.920 (EC$ 91.375.885), diminuindo em 2009 para US$ 31.795.757 (EC$ 85.848.545). Valores que representaram 8,8% (2008) e 10,2% (2009) do orçamento anual nacional, respectivamente. Em 2010, a despesa pública total foi de 51% do PIB, enquanto a despesa pública com saúde foi de US$ 39.269.124 (EC $ 106.690.282), ou 7% do PIB.
Os Serviços de Saúde
O setor de saúde investiu na atenção primária para alcançar a população, reduzir as desigualdades e tornar os serviços de saúde acessíveis, eficazes e eficientes. Os serviços de atenção primária são prestados através de nove clínicas comunitárias (8 em Antígua e 1 em Barbuda) e 18 clínicas satélites, clínicas, essas, localizadas num raio de 3,2 km das principais comunidades. Os centros de saúde e as clínicas satélites prestam uma gama de serviços de cuidados primários, incluindo saúde materno-infantil, saneamento ambiental, saúde mental e gestão de doenças crônicas.
As assistências secundária e terciária têm sido prestadas no Centro Médico de Mount St. John’s desde sua inauguração em 2009. O Centro conta com 185 leitos e é gerido por um conselho, que se responsabiliza por sua organização e administração geral. Os seus serviços incluem uma unidade de terapia intensiva neonatal, radiologia com tecnologia digital de ponta (tais como tomografia computadorizada e ressonância magnética) e tratamentos cardiológicos não invasivos. A Associação do Conselho Médico Caribenho (ACMC) credenciou o novo programa de estágio do hospital em novembro de 2010.
O Governo, através do Ministério da Saúde, destina recursos do orçamento para ajudar pessoas que necessitam de tratamento fora do país. Em 2010, essa atribuição foi de US$ 484.149,79 (EC$ 1.307.204,44). As maiores verbas gastas naquele ano foram para: tratamento de radioterapia para câncer, US$ 157.224,00 (EC$ 424.506); investigações e cirurgias cardiopulmonares, US$ 83.391,85 (EC$ 225.158) e próteses de membros US$ 64.809,00 (EC$ 177.685). A maioria dos cidadãos de Antígua e Barbuda tiveram acesso à assistência médica no âmbito do Caribe, mas alguns foram enviados para além da Região, quando necessário.
Antígua e Barbuda participa do Sistema de Compras Farmacêuticas da Organização dos Estados do Caribe Oriental. O sistema de saúde de Antígua e Barbuda fornece também antirretrovirais para o tratamento gratuito da infecção pelo HIV.
GESTÃO DE CONHECIMENTO, TECNOLOGIA, INFORMAÇÃO E RECURSOS HUMANOS
Produção Científica em Saúde
As pesquisas realizadas em Antígua e Barbuda durante o período de revisão incluíram a Pesquisa Global da Saúde do Escolar e Pesquisa sobre Nutrição realizada em colaboração com o Instituto Caribenho de Alimentação e Nutrição.
Além disso, o Plano de Negócios de Ministério da Saúde de 2007 (10) identificou diversas falhas no sistema de informações de saúde do país, incluindo: a ausência de documento sobre políticas de informação em saúde para governar os procedimentos para o fluxo de dados e cobertura a partir do ponto de entrada até a divulgação dos dados; a ausência de apoio legislativo para coleta, processamento e disseminação de dados e para a proteção e o respeito da confidencialidade de dados e informações; capacitação inadequada de equipes para o funcionamento competente em um ambiente de coleta de informações. Antígua e Barbuda avançou um pouco em termos de conhecimento e informação, no entanto, o Ministério da Saúde, com assistência técnica da OPAS, implantou um sistema de informação de saúde mental e um sistema para monitorar pacientes portadores de HIV/Aids. Entre outras coisas, esses sistemas facilitam a previsão exata das necessidades dos clientes e da aquisição de produtos farmacêuticos.
Recursos Humanos
Havia escassez de mão de obra em algumas profissões de saúde, incluindo na área de enfermagem, laboratório, radiologia e saúde ambiental. Em 2010, a proporção de médicos foi de 12 por 10.000 habitantes, de enfermeiros, de 44 por 10.000 habitantes, e de dentistas, de 16 por 10.000 habitantes. Para as duas primeiras profissões, essas proporções haviam aumentado em comparação com o período de 2000-2006, quando havia 2 médicos e 33 enfermeiros e parteiras para cada 10.000 habitantes.
Existem duas escolas de medicina estrangeiras que funcionam em Antígua e Barbuda: a Universidade Americana de Antígua e a Universidade de Ciências da Saúde/Escola de Medicina de Antígua. A Universidade oferece duas bolsas por ano para que nativos de Antígua e Barbuda estudem medicina ou qualquer outra disciplina que o governo considere ser de interesse nacional. Um acordo entre o país e Cuba também fornece capacitação para profissionais de saúde de Antígua e Barbuda.
Saúde e Cooperação Internacional
Antígua e Barbuda recebe financiamento de várias agências de doadores e organizações internacionais, especialmente na área de HIV/Aids e para o comissionamento e operação do Centro Médico Mount St. John.
Para o ano financeiro 2008/2009, o Governo de Antígua e Barbuda recebeu US$ 163.080,77 (EC$ 440.318,07) do Fundo Global de Combate a Aids, Tuberculose e Malária. Os recursos foram utilizados para intensificar prevenção, cuidados e tratamento para combate da epidemia de Aids. A Aliança do Caribe para HIV ofereceu apoio para realização de testes de HIV e serviços laboratoriais. A OPAS e a Fundação Clinton prestaram assistência com testes de laboratório para bebês de mães portadoras de HIV. O apoio à formação foi assegurado pela Rede Caribenha de Formação Regional para HIV/Aids (CHART).
A China forneceu recursos para concluir o Centro Médico Mount St. John. O governo de Cuba cedeu profissionais de saúde para os quadros do Centro Médico de Mount St. John e os centros de saúde de Clare Hall.
Síntese e Perspectivas
Embora Antígua e Barbuda tenha conseguido diversos ganhos na saúde da população do país, deve tomar medidas para proteger os ganhos em áreas como a sobrevivência das crianças, incluindo a vacinação.
Além disso, medidas devem ser tomadas para abordar a agenda inconclusa da saúde no país. O Plano Nacional de Negócios de Saúde mencionou desafios específicos enfrentados pelo setor da saúde, incluindo retenção dos enfermeiros, fornecimento e distribuição de recursos humanos, financiamento dos serviços de atenção primária, vigilância de doenças, bem como desenvolvimento de políticas e o apoio legislativo para a garantia da qualidade e para os sistemas de informação em saúde. Certamente, o país precisa pôr em prática políticas, sistemas e programas para lidar com a crescente carga de doenças crônicas e reduzir a morbidade, incapacidade e mortalidade a elas associadas.
O país também deve estar preparado para lidar com os desafios da saúde. Nesse sentido, o surto de gripe A (H1N1), que testou a preparação do país quanto à resposta e à aplicação dos regulamentos internacionais de saúde, serve de aviso.
Além de lidar com questões de saúde, o país deve fortalecer seu sistema de saúde. A avaliação das Funções Essenciais de Saúde Pública (13) identificou áreas que necessitam de melhorias. Nesse sentido, o financiamento do setor e o desenvolvimento de recursos humanos também serão fundamentais.
Finalmente, o foco na atenção primária à saúde deverá continuar, com as suas estratégias centradas na equidade, na participação social e na promoção da saúde.
Bibliografia
1. Eastern Caribbean Central Bank. Economic and Financial Review-Years 2006–2010 [Internet].
2. World Bank. Migration and Remittances Factbook [Internet]; 2011. Acessado em 13 de fevereiro de 2012.
3. International Telecommunication Union. Key 2000–2010 Country Data [Internet]; 2010.
5. Statistics Division. Government of Antigua and Barbuda; 2011.
6. Forest area (% of land area) in Antigua and Barbuda. [Internet].
7. CO2 Emissions (kt) in Antigua and Barbuda [Internet].
8. Total Development Solutions. Antigua and Barbuda National Implementation Plan for the Management of Persistent Organic Pollutants 2008–2015. St. John’s: Total Development Solutions.
9. Food and Agriculture Organization. Food Consumption: Nutrients [Internet].
10. World Health Organization. Global Schoolbased Student Health Survey, Antigua and Barbuda. Geneva: WHO; 2009.
11. World Health Organization. WHO-AIMS Report on the Mental Health System in Antigua and Barbuda. Geneva: WHO; 2009:21.
12. Antigua and Barbuda, Ministry of Health. National Business Plan for Health 2008–2010. St. John’s: Ministry of Health; 2007.
13. Pan American Health Organization/World Health Organization. Performance Measurement of the Essential Public Health Functions at the National Level in Antigua and Barbuda. Washington, DC: PAHO/WHO; 2010.
TABELA 1. Indicadores demográficos selecionados, Antígua e Barbuda, 2006–2010 |
||||||||||
Indicador |
2006 |
2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
|||||
Nascidos vivos (Nº) |
1.198 |
1.289 |
1.438 |
1.404 |
1.242 |
|||||
Mortes (Nº) |
479 |
504 |
542 |
505 |
507 |
|||||
Partos em adolescentes (Nº) |
134 |
169 |
215 |
180 |
146 |
|||||
Taxa de fertilidade geral (por 1.000 mulheres em idade fértil) |
47,68 |
45,97 |
61,53 |
58,97 |
51,75 |
|||||
Mortes infantis (Nº) |
9 |
15 |
20 |
16 |
13 |
|||||
Taxa bruta de natalidade (por 1.000 habitantes) |
14,22 |
14,44 |
16,60 |
15,90 |
13,82 |
|||||
Taxa bruta de mortalidade (por 100.000 habitantes) |
5,82 |
5,87 |
6,19 |
5,67 |
4,86 |
|||||
Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 Nascidos Vivos) |
9,18 |
13,18 |
17,38 |
11,39 |
10,46 |
|||||
Expectativa de vida dos homens ao nascer (anos) |
73,62 |
71,78 |
71,62 |
72,85 |
73,30 |
|||||
Expectativa de vida das mulheres ao nascer (anos) |
78,47 |
80,65 |
78,05 |
78,69 |
77,40 |
|||||
Fonte: Compilados pelo Departamento de Estatísticas do Ministério da Saúde, Antígua e Barbuda, 2011 |
||||||||||
TABELA 2. As dez principais causas de morte, Antígua e Barbuda, 2006 e 2009 |
||||||||||
2006 |
2009 |
|||||||||
Causa da morte |
Classificação |
Número de mortes |
Causa da morte |
Classificação |
Número de mortes |
|||||
Homens |
Mulheres |
Homens |
Mulheres |
|||||||
Doenças cardíacas |
1 |
47 |
43 |
Doenças cardíacas |
1 |
49 |
44 |
|||
Neoplasias malignas |
2 |
31 |
36 |
Neoplasias malignas |
2 |
44 |
34 |
|||
Diabetes mellitus |
3 |
20 |
27 |
Diabetes mellitus |
3 |
22 |
24 |
|||
Doenças hipertensivas |
4 |
19 |
23 |
Lesões acidentais e intencionais |
4 |
28 |
10 |
|||
Doenças cerebrovasculares |
5 |
16 |
25 |
Doenças hipertensivas |
5 |
8 |
29 |
|||
Lesões acidentais e intencionais |
6 |
22 |
8 |
Doenças do sistema respiratório |
6 |
17 |
13 |
|||
Doenças do sistema respiratório |
7 |
17 |
11 |
Doenças cerebrovasculares |
7 |
15 |
12 |
|||
HIV/Aids |
8 |
14 |
4 |
Doenças do sistema digestivo |
8 |
11 |
6 |
|||
Doenças do sistema digestivo |
8 |
9 |
9 |
HIV/Aids |
9 |
9 |
3 |
|||
Doenças bacterianas |
9 |
6 |
11 |
Doenças do sistema nervoso |
10 |
3 |
6 |
|||
Algumas doenças originadas no período perinatal |
10 |
8 |
3 |
|||||||
Fonte: Preparado pelo Departamento de Estatísticas, Governo de Antígua e Barbuda, 2011. |
||||||||||
TABELA 3. Número e percentual de adultos com sobrepeso e obesos atendidos em clínicas, Antígua e Barbuda, 2006–2009 |
||||
2006 |
2007 |
2008 |
2009 |
|
Número de pessoas examinadas |
2.903 |
2.223 |
2.469 |
2.711 |
Número de pessoas com sobrepesoa Percentual de pessoas com sobrepesoa |
845 29,10 |
644 31,23 |
809 32,77 |
922 34,00 |
Número de pessoas obesasb Percentual de pessoas obesasb |
1.116 38,40 |
696 31,31 |
789 31,96 |
757 27,92 |
Número de pessoas obesas ou com sobrepeso Percentual de pessoas obesas ou com sobrepeso |
1.961 67,60 |
1.390 62,53 |
1.598 64,72 |
1.679 61,93 |
Fonte: Departamento de Nutrição, Ministério da Saúde, Governo de Antígua e Barbuda, 2011. a Sobrepeso, Índice de Massa Corporal (IMC) =25<30. b Obesos, Índice de Massa Corporal (IMC) =30. |
Quadro 1. A pesquisa sobre os hábitos alimentares dos adolescentes pode ser crucial para uma saúde melhor
A pesquisa transversal intitulada “Conhecimento Nutricional, Práticas e Teor de Ferro nos Adolescentes”, conduzida em 2006 com a participação de 403 estudantes de escolas de ensino médio de Antígua e Barbuda, trouxe novas e valiosas informações sobre os hábitos alimentares e o quadro nutricional dos jovens. Antes dessa pesquisa, tais informações estavam disponíveis somente para crianças jovens e gestantes.
Conduzida pelo Ministério da Saúde, em colaboração com o Instituto Caribenho para a Alimentação e Saúde (CFNI) e o Colégio Brescia na Universidade de Ontário Ocidental, no Canadá, a pesquisa determinou a proporção de estudantes com sobrepeso, investigou os padrões de consumo alimentar e avaliou o conhecimento nutricional básico.
De acordo com padrões da OMS, a prevalência da anemia ferropriva foi de 24,8% no total, sendo 17,2% em estudantes de sexo masculino e 29,3% em estudantes de sexo feminino. A anemia era mais prevalente em Barbuda (38,3%) do que em Antígua (22,9%). A prevalência da obesidade na amostra foi de 9,3% em homens e 11,6% em mulheres, com 10,7% no total. Um percentual adicional de 7,3% de homens, 8,8% de mulheres e 8,2% no total estava com sobrepeso.
Dos estudantes classificados com tendo baixo peso, 53,8% estava confortável com o peso de seus corpos ou percebiam que tinham um peso adequado para sua estatura. Dos estudantes que estavam na categoria de peso normal, 70,5% acreditavam estar com o peso adequado, 11,4% se consideraram abaixo do peso e 18,0% consideraram-se com sobrepeso. Dos que estavam em risco de sobrepeso, 63,6% perceberam seus corpos corretamente, 33,4% pensaram estar no peso correto ou abaixo do peso e os 3,0% restantes se consideraram com sobrepeso. A grande maioria de estudantes (79,1%) classificados como “com sobrepeso” se julgaram como tal.
A pesquisa mostra que carne, peixe e aves eram os alimentos básicos mais frequentemente consumidos, com 77,0% declarando que comiam esses itens diariamente ou de cinco a seis vezes por semana. Os estudantes que declararam comer frequentemente legumes (39,7% dos entrevistados) afirmaram que os ingeriam um ou dois dias por semana, e 23,3% dos estudantes declararam consumir legumes três ou quatro vezes por semana. Apenas 19,6% dos estudantes nas duas ilhas declararam consumir legumes diariamente ou na maioria dos dias da semana.
A pesquisa também perguntou especificamente sobre o café da manhã e o almoço. Pouco menos da metade (45,7%) dos estudantes tomavam café da manhã diariamente; 59,6% almoçavam diariamente. As principais razões por não tomarem café da manhã foram a falta de tempo para comer (64,9%) e não poder comer cedo de manhã (20,3%). Notavelmente, alguns dos estudantes (2,0%) responderam que não havia comida suficiente em casa. Com relação ao almoço, 47,0% dos estudantes afirmaram que a principal razão para não ter essa refeição era que eles não estavam com fome, enquanto 27,1% disseram que não gostavam do que estava disponível e 10,6% relataram não ter tido dinheiro suficiente para comprar o que estava disponível.
O estudo já provou ser benéfico para a juventude de Antígua e Barbuda. Primeiramente, intervenções voltadas a adolescentes, lidando com algumas das questões que o estudo investigou, já estão em andamento. Além disso, materiais educativos sobre dietas ricas em ferro e estilos de vida saudáveis estão sendo usados em escolas selecionadas. Uma avaliação da última intervenção mostra que o conhecimento nutricional tem aumentado entre os estudantes e que alguns padrões alimentares já começaram a melhorar, como a redução no consumo de refrigerantes.